Orçamento Público e Direito Tributário: Garantia dos Direitos Fundamentais e Sociais

Julia Konofal
Julia Konofal
3 minutos de leitura

O orçamento público e o direito tributário são elementos essenciais para o funcionamento do Estado, pois garantem a arrecadação e a destinação de recursos necessários para a implementação de políticas públicas e a promoção dos direitos fundamentais e sociais. No Brasil, a tributação não é apenas um instrumento de captação de recursos, mas também um meio de concretização dos princípios constitucionais que asseguram o bem-estar da população.

O Papel do Orçamento Público na Garantia dos Direitos Fundamentais

O orçamento público é um instrumento de planejamento e execução das ações governamentais, previsto na Constituição Federal. Dessa forma, ele deve garantir a aplicação eficiente dos tributos arrecadados para assegurar os direitos fundamentais, como saúde, educação, segurança e previdência social. No Brasil, a Constituição de 1988 consolidou um modelo de Estado que busca garantir o bem-estar social, estabelecendo normas que vinculam o orçamento público à promoção dos direitos sociais.

Princípios Constitucionais do Orçamento Público

O orçamento público deve respeitar princípios constitucionais que garantem sua transparência e eficiência, entre eles:

  • Princípio da Legalidade: A execução de despesas ocorre somente com autorização legal.
  • Princípio da Publicidade: A população deve ter acesso às informações orçamentárias.
  • Princípio da Eficiência: A aplicação dos recursos deve gerar o maior benefício para a sociedade.
  • Princípio da Transparência: O cidadão acessa informações sobre a arrecadação e aplicação dos recursos.

O Direito Tributário e a Concretização dos Direitos Sociais

O direito tributário regula a forma como o Estado arrecada tributos para garantir a execução do orçamento público. Nesse sentido, a arrecadação tributária é essencial para financiar as políticas públicas e assegurar direitos fundamentais, como saúde, educação, moradia e assistência social.

A Tributação e a Justiça Social

A tributação no Brasil deve seguir o princípio da capacidade contributiva, garantindo que aqueles que possuem maior poder econômico contribuam de forma mais significativa para o financiamento do Estado. Afinal, isso é essencial para a promoção da justiça social e da redução das desigualdades.

Além disso, os tributos são destinados ao financiamento de serviços públicos essenciais, como:

  • Educação pública: Financiada pelo orçamento da União, estados e municípios, permitindo acesso gratuito a escolas e universidades.
  • Saúde pública: O Sistema Único de Saúde (SUS) depende da arrecadação tributária para funcionar.
  • Seguridade Social: Inclui previdência, assistência e saúde, garantidos pelo orçamento da seguridade social.

Direitos Fundamentais e a Tributação no Brasil

A Constituição de 1988 estabelece que a tributação deve respeitar os direitos fundamentais, como a dignidade da pessoa humana e a erradicação da pobreza. Assim, alguns princípios essenciais da tributação que garantem os direitos sociais são:

  • Princípio da Capacidade Contributiva: Impede que a tributação comprometa a subsistência dos mais pobres.
  • Princípio da Isonomia Tributária: Garante que contribuintes em situações semelhantes paguem tributos de forma justa.
  • Princípio da Não Confiscatoriedade: Proíbe tributos que comprometam excessivamente o patrimônio do cidadão.
  • Princípio da Vedação ao Retrocesso Social: Assegura que os direitos sociais já conquistados não sejam prejudicados por mudanças tributárias.

O Orçamento e a Destinação de Recursos para Direitos Sociais

O orçamento público deve assegurar a aplicação de recursos em áreas fundamentais para o desenvolvimento do país. Portanto, a Constituição estabelece percentuais mínimos de investimento em saúde e educação, garantindo que esses direitos sejam prioritários no planejamento estatal.

  • Educação: A União deve aplicar pelo menos 18% da receita resultante de impostos, e estados e municípios, no mínimo 25%.
  • Saúde: A Emenda Constitucional 29 estabelece percentuais mínimos de investimento no setor.
  • Assistência Social: Programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) dependem da arrecadação tributária.

O Papel do Controle e da Participação Popular

A transparência e o controle social são fundamentais para garantir que o orçamento público seja utilizado corretamente. Nesse contexto, o cidadão pode acompanhar a execução orçamentária por meio de mecanismos como:

  • Lei de Acesso à Informação (LAI): Garante o direito de acesso a dados sobre arrecadação e gastos públicos.
  • Tribunais de Contas: Fiscalizam a aplicação dos recursos públicos.
  • Conselhos de políticas públicas: Permitem a participação da sociedade na definição de prioridades orçamentárias.

Conclusão

O orçamento público e o direito tributário são instrumentos fundamentais para garantir os direitos fundamentais e sociais no Brasil. Por isso, a arrecadação tributária não deve ser vista apenas como um dever do cidadão, mas como um meio de garantir a prestação de serviços essenciais para toda a população. Dessa forma, um sistema tributário justo e eficiente, aliado a uma gestão transparente do orçamento público, é essencial para a promoção do bem-estar social e a redução das desigualdades no país.

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