Quais são as Funções de um Governador?

Julia Konofal
Julia Konofal
4 minutos de leitura

Muita gente sabe que cada cidade tem um prefeito, mas ainda se confunde quando o assunto é o governador. Afinal, se o prefeito cuida da cidade, o que exatamente faz o governador? E como o trabalho dele afeta a vida de quem mora em um município?
Neste artigo, você vai entender o papel do governador, suas principais funções e como ele atua em situações que envolvem todos os municípios de um Estado.

Governador: o gestor de todo o Estado

O governador é o chefe do Poder Executivo estadual. Enquanto o prefeito administra uma cidade, o governador cuida de todas as cidades que compõem o Estado.
Por exemplo, o prefeito do Rio de Janeiro é responsável apenas pela capital, mas o governador do Estado do Rio cuida também de cidades como Petrópolis, Macaé, Volta Redonda, Campos e Três Rios. Ou seja, ele é o responsável por planejar, coordenar e fiscalizar políticas públicas que beneficiem toda a população estadual.

Essa divisão de responsabilidades entre municípios e Estado é essencial para evitar a concentração de poder. Assim, o prefeito lida com os problemas locais, enquanto o governador articula soluções amplas e estratégicas que afetam regiões inteiras.

O papel do governador em momentos de crise

É nas situações de emergência que o papel do governador se torna mais evidente.
Quando ocorrem enchentes, deslizamentos ou desastres que atingem várias cidades ao mesmo tempo, é ele quem declara estado de emergência e coordena as ações de resposta.
Nessas horas, o governador precisa mobilizar a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e as prefeituras para salvar vidas, remover famílias de áreas de risco e reconstruir os locais afetados.

Ao decretar o estado de emergência, o governador autoriza medidas urgentes, como a contratação imediata de serviços e o uso de recursos sem licitação, justamente para agilizar o atendimento.
Além disso, ele solicita ajuda do governo federal, que libera verbas extras para reconstrução de pontes, moradias e estradas. Portanto, o governador funciona como um elo entre as cidades e a União em situações de calamidade.

Um exemplo marcante aconteceu em Petrópolis, no Rio de Janeiro, onde chuvas intensas provocaram deslizamentos e mortes. Nesses casos, o governador precisa agir com rapidez, planejar abrigos, enviar alimentos e garantir atendimento médico às vítimas.

Educação, saúde e segurança: áreas sob responsabilidade do Estado

As ações do governador não se limitam a emergências. Ele também coordena áreas essenciais como educação, saúde e segurança pública.

Na educação, por exemplo, o Estado é responsável por administrar as escolas estaduais, que atendem alunos do ensino fundamental e médio.
Quando um município não tem verba suficiente para manter uma escola, o governador pode assumir sua gestão, transferindo-a para o sistema estadual. Assim, ele garante que os alunos não fiquem sem aulas nem estrutura adequada.

Na área da saúde, o governador supervisiona hospitais regionais, distribui recursos para medicamentos e organiza programas de prevenção e tratamento em larga escala.
Já na segurança pública, ele comanda as polícias civil e militar, podendo organizar operações integradas com outros Estados ou com o governo federal para combater o tráfico e a violência.

Planejamento e orçamento estadual

Outro papel central do governador é elaborar o orçamento do Estado.
Todos os anos, ele apresenta à Assembleia Legislativa a proposta que define quanto será investido em cada área — saúde, educação, infraestrutura, cultura, segurança e desenvolvimento econômico.
Os deputados estaduais analisam, propõem emendas e votam esse orçamento. Depois da aprovação, o governador executa o plano e presta contas sobre os gastos.

Assim como o prefeito faz com os vereadores, o governador precisa dialogar com os deputados para garantir apoio político. Sem essa negociação, muitos projetos importantes acabam travados.
Por isso, a boa gestão depende tanto da capacidade técnica quanto da habilidade de articulação.

Políticas públicas e programas estaduais

Além de administrar o orçamento, o governador pode criar programas e políticas públicas para melhorar a qualidade de vida da população.
Um exemplo seria o Bolsa Atleta Estadual, voltado para incentivar jovens esportistas em todos os municípios. Outro exemplo seria o investimento em mobilidade urbana, com integração entre transporte intermunicipal, rodovias e ferrovias.

Essas ações mostram como o governo estadual influencia diretamente o cotidiano das pessoas, mesmo que muitas vezes essa atuação pareça distante.

Relação entre o governador e os prefeitos

A boa relação entre o governador e os prefeitos é essencial para que os projetos avancem.
Enquanto o Estado oferece recursos e coordenação, os municípios executam as ações no território.
Quando há diálogo, as políticas funcionam melhor; mas, quando existe conflito político, obras e programas costumam atrasar ou até parar.

Portanto, é importante que o eleitor acompanhe como o governador se relaciona com as prefeituras e se distribui os recursos de forma justa entre as regiões.

Constituição estadual e autonomia dos Estados

Cada Estado brasileiro possui sua própria Constituição, que define regras específicas sobre a organização do governo, os direitos dos cidadãos e as competências do governador.
No entanto, essas normas devem sempre respeitar a Constituição Federal, que é a lei maior do país.
Da mesma forma, cada município tem sua Lei Orgânica, equivalente a uma “mini constituição local”.
Essa estrutura garante autonomia política e administrativa, mas também impõe limites, para que nenhuma lei estadual ou municipal contradiga as leis federais.

Conclusão

O governador é o responsável por administrar todo o Estado, coordenar políticas públicas, lidar com crises e garantir que os municípios recebam o apoio necessário para funcionar.
Sua atuação impacta diretamente a vida das pessoas — da escola estadual ao hospital regional, da segurança nas ruas ao atendimento em situações de calamidade.
Por isso, acompanhar o trabalho do governador, entender suas funções e fiscalizar como ele usa o dinheiro público é fundamental para fortalecer a democracia e melhorar a vida em todo o Estado.


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