A radioatividade é um fenômeno natural que provoca muita curiosidade, mas também confusão. Muitas pessoas associam a radioatividade a raios-X, bombas atômicas ou energia nuclear, sem, no entanto, compreender exatamente o que ela envolve. Neste artigo, vamos entender de forma simples o que é radioatividade, como ela ocorre e quais são os tipos de radiação que podem ser emitidos por átomos instáveis.
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A Radioatividade e o Núcleo Atômico
Para entender a radioatividade, precisamos voltar ao átomo. Até agora, em aulas anteriores, falamos sobre a eletrosfera, que é a parte do átomo onde os elétrons circulam. No entanto, a radioatividade ocorre no núcleo do átomo, composto por prótons e nêutrons. Embora em reações químicas os elétrons troquem de lugar, o núcleo geralmente permanece estável. Na radioatividade, é justamente o núcleo que se torna instável.
Assim, quando falamos de radioatividade, nos referimos à desintegração espontânea ou forçada de átomos. Essa desintegração ocorre porque há um desequilíbrio no número de prótons e nêutrons no núcleo, fazendo com que ele se torne instável. A solução para esse problema é a emissão de radiação, com o objetivo de transformar o átomo em outro mais estável.
É importante observar que a quantidade de energia liberada na radioatividade é muito maior do que em reações químicas comuns, como a combustão. Por exemplo, a bomba atômica libera uma quantidade de energia nuclear muito superior à de qualquer outra bomba convencional, pois as reações nucleares envolvem uma energia muito mais intensa.
O Que Torna um Átomo Radioativo?
Mas o que causa a instabilidade no núcleo de um átomo? Como mencionado, existe uma relação ótima entre o número de prótons e nêutrons. No entanto, se houver um número excessivo de nêutrons ou prótons, o núcleo do átomo se torna instável e radioativo, formando o que chamamos de radioisótopo.
Isótopos e Isóbaros
Antes de aprofundarmos nos tipos de radiação, é fundamental entender alguns conceitos relacionados à estrutura do átomo. Os isótopos são átomos do mesmo elemento químico, mas com diferentes números de nêutrons. Ou seja, eles têm o mesmo número de prótons, mas uma massa diferente. Já os isóbaros são átomos de elementos diferentes, mas com a mesma massa atômica, pois a soma de prótons e nêutrons é igual.
Tipos de Radiação: Alfa, Beta e Gama
Agora que entendemos um pouco mais sobre o núcleo do átomo, podemos falar sobre os tipos de radiação emitidos pelos radioisótopos: radiação alfa, beta e gama. Cada uma delas tem características distintas, como poder de penetração e capacidade de ionização.
Radiação Alfa
Primeiramente, a radiação alfa é emitida por partículas compostas por dois prótons e dois nêutrons. Essas partículas são relativamente grandes, em comparação com outras formas de radiação, como a beta e a gama. A radiação alfa possui um alto poder de ionização, ou seja, pode remover elétrons de outros átomos, mas seu poder de penetração é baixo. Ela consegue atravessar a pele, mas é bloqueada por uma simples folha de papel ou até mesmo por roupas.
Quando um átomo emite uma partícula alfa, o número atômico diminui em 2 unidades e a massa diminui em 4 unidades. Por exemplo, um átomo de urânio-238, com número atômico 92, ao emitir uma partícula alfa, se transforma em tório-234, com número atômico 90.
Radiação Beta
Por outro lado, a radiação beta ocorre quando um nêutron no núcleo de um átomo se desintegra, liberando um próton, um elétron e um neutrino. O elétron (a partícula beta) é expelido do núcleo a uma velocidade muito alta. A radiação beta tem um poder de penetração maior que a alfa, podendo atravessar até algumas camadas de plástico ou metal, mas seu poder ionizante é menor.
Quando um átomo emite uma partícula beta, seu número atômico aumenta em 1 unidade, mas a massa não se altera. Por exemplo, o isótopo radioativo do iodo-131, ao emitir uma partícula beta, se transforma em xenônio-131, com o número atômico aumentado em 1, mas mantendo a mesma massa.
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Radiação Gama
Por fim, a radiação gama é diferente das radiações alfa e beta. Ela não é uma partícula, mas uma onda eletromagnética de alta frequência. A radiação gama é emitida por um átomo que possui excesso de energia no seu núcleo. Quando o núcleo se torna instável devido a essa energia, ele emite radiação gama para liberar essa energia.
A radiação gama tem o maior poder de penetração entre os três tipos de radiação, sendo capaz de atravessar materiais densos como o chumbo. No entanto, ela não altera o número atômico nem a massa do átomo; ela apenas diminui a energia interna do núcleo.
Conclusão
Portanto, a radioatividade é um fenômeno fascinante, mas exige um entendimento claro de como os átomos funcionam. A desintegração de átomos instáveis resulta na emissão de radiações alfa, beta e gama, cada uma com características próprias de penetração e ionização. Compreender esses processos não só é essencial para os estudos de física e química, mas também é crucial para entender fenômenos naturais e aplicações tecnológicas, como a medicina nuclear e a energia nuclear.
Lembre-se de que, para estudar a radioatividade de maneira mais eficaz, é importante revisar a estrutura atômica, os conceitos de isótopos e isóbaros e entender as diferenças entre os tipos de radiação. Isso facilitará a compreensão de como esses processos se aplicam no mundo real, tornando o estudo da radioatividade mais acessível e interessante.