Energia Solar: Como a tecnologia ajuda e também pode desafiar nossa segurança

Kultivi
Kultivi
4 minutos de leitura

Considerada uma fonte de energia limpa e renovável, a energia solar e sua adoção por indivíduos e empresas traz benefícios mas também reflexões sobre cibersegurança

A geração da energia solar ocorre a partir da radiação produzida pelo Sol. Sendo possível convertê-la tanto em calor quanto em eletricidade, dependendo do tipo de conversão em ação: heliotérmico ou fotovoltaico.

Conforme o nome sugere, o sistema heliotérmico é aquele no qual a energia solar captada é convertida em calor e, posteriormente, em eletricidade. Já a energia solar fotovoltaica, a mais comum, converte a luz solar diretamente em energia elétrica.

Na energia solar fotovoltaica, a geração energética ocorre nos painéis solares. Os quais possuem várias células fotovoltaicas, compostas, geralmente, de silício ou outros materiais semicondutores.

A luz solar incide sobre as células, fazendo com que as partículas de luz, chamadas de fótons, transferem sua energia para os elétrons presentes nas células. Esse processo faz com que as partículas se agitem, gerando uma corrente elétrica contínua, que passa por um inversor para se transformar em corrente alternada. A transformação é necessária para que a corrente elétrica proveniente dos painéis seja compatível com a corrente alternada utilizada por dispositivos elétricos.

A energia solar fotovoltaica, uma fonte limpa e renovável, traz uma série de benefícios, como a redução das emissões de gases de efeito estufa. Tendo sido cada vez mais adotada por todo o mundo, incluindo o território brasileiro.

No entanto, existem questões de segurança associadas a essa tecnologia que são comumente negligenciadas, sobretudo, ataques de cibersegurança aos sistemas de energia solar.

Adoção da energia solar em escala mundial

Os esforços mundiais rumo a alternativas energéticas mais limpas e sustentáveis de energia em relação à energia de combustíveis fósseis tem como principal protagonista a energia solar. Segundo dados divulgados em um artigo da ExpressVPN, 50% mais sistemas de energia renovável foram adicionados em todo o globo em 2023 e a energia solar correspondeu a três quartos desse aumento.

Dentre as grandes nações, a China se destacou em termos de instalação de usinas fotovoltaicas. Em 2023, o país asiático ampliou a produção de energia solar em 66% em relação ao ano anterior.

Por sua vez, em termos de capacidade instalada acumulada, a China também se mantém na liderança, com 609,3 gigawatts de energia solar, de acordo com dados levantados em 2023 pela Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), organização intergovernamental dedicada a promover o uso de energias renováveis, e divulgados pela CNN Brasil.

Em segundo e terceiro lugar estão os Estados Unidos da América e o Japão, com 137,7 e 87,1 gigawatts, respectivamente. Na sequência, estão a Alemanha, com 81,7, e a Índia, com 72,7 gigawatts de energia solar.

O Brasil é o único país da América Latina entre os dez países com maior capacidade instalada acumulada, possuindo 37,4 gigawatts. O que representa um aumento de aproximadamente 12 gigawatts em comparação a 2022. Esse aumento permitiu que o país ultrapassasse a Austrália, Itália, Espanha e Coreia do Sul, tornando-se o 6º maior produtor de energia solar do mundo.

A energia solar no cenário energético brasileiro

Atualmente, a energia solar fotovoltaica corresponde a 19,4% da matriz elétrica brasileira, sendo o segundo tipo de fonte mais utilizado, conforme observado no infográfico da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). A energia hídrica é a principal, respondendo por 46,7% de toda a matriz elétrica do país, com as usinas hidrelétricas representando 109.932 dos 235.606 megawatts de potência total.

Embora a energia hídrica continue predominante, o Brasil tem acompanhado a tendência global de promover fontes energéticas limpas. Entre janeiro e agosto de 2023, a capacidade instalada da matriz elétrica nacional aumentou em 7 gigawatts, dos quais 3 gigawatts se originaram da energia solar, segundo o Ministério de Minas e Energia. Esse número não inclui a micro e minigeração distribuída, que envolve placas solares conectadas diretamente à rede das concessionárias.

De acordo com dados da ABSOLAR, desde 2012, o uso de energia solar evitou a emissão de 55,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂). Isso ocorre porque, conforme explica a ExpressVPN, a produção de energia solar gera significativamente menos CO₂ do que outras fontes. Em comparação ao carvão, a energia solar emite 20 vezes menos CO₂ e 12 vezes menos que o gás natural.

Além desses benefícios ambientais, a ABSOLAR destaca que a adoção da energia solar resultou em mais de 1,3 milhão de novos empregos. Além de, mais de 213,5 bilhões de reais em investimentos no setor e uma arrecadação de mais de 65,7 bilhões de reais em tributos.

Foto de Andres Siimon por Unsplash

Desafios de segurança associados à energia solar

Por causa dos numerosos benefícios associados à adoção da energia solar fotovoltaica, como renovabilidade, baixos custos de manutenção, redução nas contas de eletricidade e independência energética, os aspectos negativos e os desafios dessa modalidade de geração costumam receber menos atenção.

Entre os pontos negativos, destacam-se, por questões ambientais, a vulnerabilidade das instalações às condições climáticas extremas (ventos fortes, nevascas, granizo, etc.) e a dependência inerente da luz solar, que resulta em flutuações na produção de energia conforme a variação da incidência dos raios solares.

Outro fator desfavorável é o longo período necessário para que o retorno do investimento se concretize. Considerando que os custos iniciais para instalar e gerenciar um sistema de energia solar fotovoltaica são relativamente altos.

Quanto aos desafios, especialistas em redes privadas virtuais, como a ExpressVPN, alertam que, assim como outros sistemas que utilizam componentes e dispositivos conectados à internet, hackers podem invadir os sistemas de energia solar fotovoltaica.

Risco de ataques cibernéticos

Devido à conexão de dispositivos e sistemas à internet, os sistemas de energia solar podem se tornar alvos de ataques cibernéticos. Especialmente por meio dos inversores, um dos principais componentes dessas instalações. Os inversores são responsáveis por converter a corrente contínua em alternada.

Segundo a ExpressVPN, os inversores modernos utilizam a conexão à internet para oferecer funcionalidades como coleta de dados, controle e monitoramento em tempo real. No entanto, essa conectividade os torna vulneráveis a violações de segurança. Pois permitem que indivíduos mal-intencionados explorem falhas na proteção ou nas atualizações do software do inversor, podendo acessar dados sensíveis.

O mesmo risco se aplica ao sistema SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition). O qual controla e monitora em tempo real a rede elétrica e o sistema de distribuição nas usinas de energia solar.

Diante dessas ameaças, a ExpressVPN recomenda a adoção de medidas robustas de segurança. Como o uso de senhas fortes, criptografia, autenticação multifatorial, e a implementação de uma rede VPN para criptografar as atividades online dos funcionários. Além disso, é aconselhável realizar auditorias de segurança regulares e fornecer treinamentos adequados aos colaboradores.


Compartilhe:

POSTS Relacionados