Setembro Amarelo: Mais do que uma cor, um chamado à vida

Julia Konofal
Julia Konofal
4 minutos de leitura

O Setembro Amarelo, é uma campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, que ocorre no Brasil e em diversos países ao redor do mundo, transcendendo as cores e os eventos. Desde sua criação, o movimento tem se mostrado uma importante ferramenta para quebrar o tabu em torno do tema e promover o diálogo aberto sobre saúde mental.

Neste artigo, vamos desvendar a origem dessa iniciativa, seus objetivos e a importância de mantermos um diálogo aberto sobre um tema tão delicado, mas fundamental para a nossa sociedade.

A origem do Setembro Amarelo

A origem da campanha remonta a 1994, nos Estados Unidos, quando um jovem chamado Mike Emme, de 17 anos, tirou a própria vida. Mike era conhecido por ser habilidoso com carros e, antes de sua morte, havia restaurado um Mustang 68 amarelo, um símbolo marcante da sua história. Na época, familiares e amigos de Mike não conseguiram identificar os sinais de que ele pensava tirar a própria vida. No entanto, após seu falecimento, amigos e familiares decidiram distribuir cartões e fitas amarelas no funeral com a mensagem: “Se você precisar, peça ajuda”.

Esse gesto simples, mas poderoso, deu início a uma movimentação em torno da prevenção do suicídio, jovens com pensamentos suicidas passaram a utilizar cartões amarelos como um meio de pedir ajudar as pessoa. Desse modo, a ação foi se alastrando por todo o país, ganhando proporções grandes e importante.

Até que no ano de 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. 

Quanto ao símbolo da fita amarela, ele foi adotado mundialmente, pois a cor amarela pode ser associada à esperança, à luz e à positividade. Valores que se contrapõem à escuridão e ao desespero que muitas vezes acompanham o sofrimento mental.

 No Brasil, a ideia de dedicar um mês inteiro à prevenção do suicídio surgiu e foi instituída em 2015, quando diversas entidades, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), uniram forças para criar um movimento que pudesse sensibilizar a população sobre essa questão. A escolha do mês de setembro se deu em alusão ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, no dia 10 de setembro.

Objetivos da campanha

O principal objetivo do Setembro Amarelo é sensibilizar a população sobre a importância de cuidar da saúde mental e prevenir o suicídio. Para isso, a campanha foca em:

  • Quebrar o tabu em torno do tema, já que, historicamente, o suicídio e as doenças mentais foram tratados como assuntos “proibidos” ou cercados de estigma. Mostrar que falar sobre suicídio não é tabu e que buscar ajuda é um ato de coragem.
  • Reduzir o estigma: Combater o preconceito e a discriminação contra pessoas com problemas de saúde mental.
  • Promover o diálogo aberto sobre saúde mental, incentivando que as pessoas busquem ajuda e se sintam acolhidas ao falarem sobre seus sentimentos e pensamentos.
  • Oferecer apoio: Mostrar que as pessoas não estão sozinhas e que existem diversas formas de ajuda disponíveis.
  • Disseminar informações sobre como identificar sinais de risco, onde buscar ajuda e como apoiar alguém que possa estar passando por momentos de desespero.
  • Estimular políticas públicas e programas que possam garantir o suporte adequado para aqueles que sofrem com transtornos mentais ou pensamentos suicidas.

A importância de discutir sobre saúde mental

Falar sobre saúde mental nunca foi tão necessário. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é uma das principais causas de morte, perdendo apenas para acidentes de trânsito. No Brasil, os números também são alarmantes: são aproximadamente 14 mil suicídios por ano.

O preconceito e a falta de informação ainda são barreiras que impedem muitas pessoas de procurarem tratamento, o que pode agravar quadros de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais, aumentando o risco de suicídio. Por isso, a campanha visa normalizar o cuidado com a saúde mental, assim como cuidamos da saúde física. Falar sobre as emoções, procurar um profissional e oferecer apoio a quem precisa são ações simples, mas que podem salvar vidas.

Além disso, ao discutir abertamente sobre saúde mental, podemos:

  • Identificar os sinais de alerta: Aprender a reconhecer os sintomas de sofrimento emocional em nós mesmos e em outras pessoas.
  • Buscar ajuda: Incentivar quem precisa a procurar um profissional de saúde mental.
  • Oferecer apoio: Estar presente para amigos e familiares que estejam passando por dificuldades.
  • Construir uma sociedade mais acolhedora: Criar um ambiente mais seguro e compreensivo para pessoas com problemas de saúde mental.

Como podemos ajudar?

Você pode contribuir com o movimento de várias maneiras. Entre as ações mais importantes estão:

  • Divulgar informações confiáveis sobre prevenção ao suicídio em suas redes sociais, ajudando a combater o estigma.
  • Apoiar iniciativas locais, como eventos, palestras ou rodas de conversa sobre saúde mental.
  • Converse sobre o tema: Abordar o assunto de forma aberta e respeitosa pode ajudar a desmistificar o suicídio e a incentivar a busca por ajuda.
  • Estar atento aos sinais de alerta em pessoas próximas, como mudanças de comportamento, isolamento, tristeza profunda, falas sobre desistir da vida ou sobre ser um fardo para os outros.
  • Oferecer suporte emocional para amigos e familiares, reforçando que procurar ajuda profissional é um ato de coragem e autocuidado.
  • Procure ajuda: Se você estiver passando por dificuldades emocionais, não hesite em procurar um profissional de saúde mental.
  • Entrar em contato com serviços especializados, como o CVV, que oferece atendimento gratuito pelo número 188 ou via chat online, disponível 24 horas por dia.

Conclusão

O Setembro Amarelo não é apenas sobre prevenção ao suicídio, mas sobre valorizar a vida. Portanto, ao falar abertamente sobre saúde mental, ajudamos a reduzir preconceitos e a criar uma sociedade mais acolhedora e empática. Se você conhece alguém que está precisando de ajuda, ou se você mesmo está passando por um momento difícil, lembre-se: pedir ajuda é um ato de coragem, e você não está sozinho nessa jornada.

Lembre-se: Se precisar de ajuda, entre em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo telefone 188 ou acesse o site cvv.org.br.


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