Você já se perguntou por que algumas pessoas têm facilidade para entender matemática, enquanto outras se destacam em história, português ou geografia? Pois bem, essa diferença não acontece por acaso. Cada ser humano possui características únicas que influenciam diretamente na forma como aprendemos. Neste artigo, vamos explorar essas diferenças, mostrar como elas afetam o seu aprendizado e oferecer dicas práticas para que você estude de forma mais eficiente e personalizada.
Cada pessoa tem sua forma própria de aprender
Desde pequenos, observamos essas diferenças na escola. Sempre tem aquele colega que tira boas notas com pouco esforço, enquanto outros precisam se dedicar muito mais. Isso, no entanto, não quer dizer que um é mais inteligente que o outro. Na verdade, o que acontece é que temos capacidades diferentes.
Essas capacidades podem ser:
- Cognitivas: como atenção, memória e raciocínio lógico;
- Motoras: como coordenação e agilidade;
- Sociais e emocionais: como interação com os outros e controle emocional.
Por isso, ao estudar, é essencial reconhecer suas próprias características. Por exemplo, se você tem facilidade em manter o foco por longos períodos, pode se dar bem estudando por várias horas seguidas. Entretanto, se sua atenção se dispersa com facilidade, talvez estudar por blocos curtos, com pausas regulares, seja mais eficaz.
Dica:
Experimente estudar por 25 minutos com foco total e depois fazer uma pausa de 5 minutos. Essa técnica, conhecida como Pomodoro, costuma funcionar muito bem para quem se distrai com facilidade.
Preferências também influenciam o desempenho
Além das capacidades, nossas preferências também têm grande influência no aprendizado. É natural aprender melhor quando o assunto nos interessa. Afinal, quando estudamos algo que gostamos, o cérebro libera dopamina, o que facilita a fixação do conteúdo.
Por outro lado, nem sempre podemos estudar só o que gostamos, especialmente ao nos prepararmos para vestibulares ou concursos públicos. Nesse caso, o desafio é tornar o conteúdo mais agradável ou, ao menos, suportável.
Dica:
Tente criar conexões entre o conteúdo que você não gosta e algo que você acha interessante. Por exemplo, se você gosta de séries policiais, pode relacionar esse gosto ao estudo de direito penal. Assim, o conteúdo se torna mais relevante e engajador.
O poder do contato prévio com o conteúdo: o efeito de priming
Você sabia que já ter estudado um assunto antes, mesmo que não lembre de quase nada, pode te ajudar a aprender mais rápido da segunda vez? Isso acontece graças ao que a neurociência chama de efeito de priming.
Para ilustrar, imagine que você escreveu uma palavra com lápis em uma folha e depois apagou. Ainda assim, a marca permanece, mesmo que fraca. O nosso cérebro funciona de maneira semelhante: o que já foi aprendido uma vez deixa uma espécie de “marca”. Mesmo que a gente “esqueça”, o cérebro reconhece aquele conteúdo como familiar, facilitando o reaprendizado.
Dica:
Antes de mergulhar de cabeça em um conteúdo novo, leia um resumo, veja um vídeo introdutório ou escute um podcast sobre o tema. Esse contato inicial vai preparar seu cérebro e acelerar o processo de aprendizagem.
Cada cérebro é único — literalmente!
Assim como nossos rostos possuem características únicas, o nosso encéfalo (formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico) também apresenta diferenças estruturais de pessoa para pessoa. Essas diferenças afetam diretamente nosso desempenho cognitivo e motor.
Portanto, não adianta tentar copiar a rotina de estudos de um amigo esperando os mesmos resultados. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Logo, a chave está em testar e ajustar suas estratégias até encontrar as que funcionam para você.
Dica:
Evite comparações com colegas. Em vez disso, acompanhe seus próprios avanços. O que importa é a sua evolução.
Estilos de aprendizagem: como você aprende melhor?
Os estilos de aprendizagem representam as formas preferenciais que cada pessoa tem para aprender. Embora existam diferentes modelos, um dos mais conhecidos divide os estilos em:
- Visual: aprende melhor com imagens, esquemas, vídeos e mapas mentais;
- Auditivo: prefere ouvir explicações, aulas em áudio e podcasts;
- Cinestésico: aprende por meio da prática, da movimentação e da manipulação de objetos.
Você pode se identificar com um estilo dominante ou apresentar uma combinação entre eles. O importante é entender como seu cérebro responde melhor aos estímulos.
Dica:
Se você é mais visual, invista em esquemas e resumos ilustrados. Se for auditivo, grave sua voz explicando o conteúdo. Já se for cinestésico, experimente criar atividades práticas, como flashcards ou simulações de questões.
Nem todo conteúdo pode ser estudado da mesma maneira
É comum usar sempre a mesma técnica de estudo para todas as matérias, mas isso é um erro. Cada tipo de conteúdo exige um método específico para ser melhor absorvido.
- Matemática e exatas: exigem prática contínua com exercícios e resolução de problemas;
- Direito, história e biologia: pedem leitura ativa, resumos e mapas mentais;
- Línguas estrangeiras: precisam de repetição, escuta ativa e conversação.
Dica:
Monte um plano de estudo personalizado levando em conta:
- O seu estilo de aprendizagem;
- O tipo de conteúdo;
- Suas preferências e capacidades cognitivas.
Conclusão
Aprender é um processo único e individual. Quanto mais você se conhece, mais chances tem de aprender de forma eficiente e com menos sofrimento. Lembre-se: se uma estratégia não funcionar, isso não significa que você não é capaz — significa apenas que ainda não encontrou a abordagem ideal.
Com paciência, autoconhecimento e adaptação, qualquer pessoa pode alcançar excelentes resultados. Afinal, o sucesso nos estudos não depende de copiar o método dos outros, mas de descobrir o que funciona melhor para você.