Entenda as Ligações Covalentes com Exemplos e Dicas

Julia Konofal
Julia Konofal
3 minutos de leitura

As ligações covalentes são essenciais para compreender como os átomos se unem para formar as substâncias que encontramos no nosso dia a dia. Se você está começando a estudar Química, não se preocupe! Neste artigo, vamos explicar de forma simples o que são as ligações covalentes, como elas funcionam e trazer exemplos para você visualizar tudo com mais clareza.

O que é uma ligação covalente?

Primeiramente, vamos lembrar o que aprendemos sobre ligações iônicas: elas acontecem quando há transferência de elétrons, ou seja, um átomo doa e outro recebe. Já nas ligações covalentes, o cenário é diferente. Aqui, não há ganhadores nem perdedores — os átomos compartilham elétrons entre si.

Imagine duas pessoas que estão colecionando figurinhas. Nenhuma delas tem a coleção completa, mas, se unirem suas figurinhas, conseguem completar juntas. Com os átomos é parecido: eles compartilham pares de elétrons para atingir a estabilidade.

Quando uma ligação covalente acontece?

Para que esse tipo de ligação ocorra, ambos os átomos precisam querer ganhar elétrons — ou seja, têm tendência à eletronegatividade. Porém, se essa diferença de eletronegatividade for muito grande, um átomo pode acabar puxando os elétrons para si, o que nos levaria de volta a uma ligação iônica.

Por isso, as ligações covalentes acontecem, em geral, entre não-metais e, em alguns casos, com o hidrogênio, que costuma ser considerado um não-metal.

Tipos de ligação covalente

As ligações covalentes podem ser classificadas de duas formas principais:

  1. Ligação covalente normal: cada átomo compartilha um elétron, formando um par.
  2. Ligação covalente coordenada ou dativa: um dos átomos fornece os dois elétrons do par compartilhado.

Exemplos práticos:

  • H₂ (hidrogênio molecular): cada átomo de hidrogênio tem um elétron. Ao se unirem, compartilham seus elétrons, formando uma ligação simples.
  • O₂ (oxigênio molecular): o oxigênio pertence à família 6A e precisa de dois elétrons para se estabilizar. Quando dois oxigênios se unem, cada um compartilha dois elétrons, formando uma ligação dupla.
  • N₂ (nitrogênio molecular): como o nitrogênio da família 5A precisa ganhar três elétrons, os átomos compartilham três pares de elétrons, resultando em uma ligação tripla.
  • HCl (ácido clorídrico): o hidrogênio (com 1 elétron) e o cloro (com 7 elétrons na última camada) compartilham um par de elétrons, formando uma ligação simples.
  • H₂O (água): o oxigênio precisa de dois elétrons e se liga a dois átomos de hidrogênio, um de cada lado. Essa configuração garante que todos os átomos envolvidos fiquem estáveis.
  • CH₄ (metano): o carbono tem 4 elétrons na camada de valência e precisa de mais 4 para atingir a estabilidade. Ao se ligar a quatro hidrogênios, cada um com 1 elétron, forma quatro ligações simples.

Ligação coordenada ou dativa: o que é?

Agora que entendemos como funciona a ligação covalente normal, é hora de explorar a ligação coordenada (também chamada de dativa). Nesse tipo, um dos átomos já está estável e tem pares de elétrons “sobrando”. Ele pode então emprestar um par inteiro para outro átomo que ainda precisa de elétrons.

Pense no exemplo das canetas: se você tem duas canetas e seu colega nenhuma, você pode emprestar uma delas. A posse continua sendo sua, mas ele pode usá-la. O mesmo acontece com os elétrons na ligação dativa.

Exemplos de ligação coordenada:

  • O₃ (ozônio): dois oxigênios se ligam normalmente e o terceiro se conecta por meio de uma ligação dativa, usando um par de elétrons emprestado de um dos oxigênios.
  • SO₂ (dióxido de enxofre) e SO₃ (trióxido de enxofre): o enxofre, da família 6A, consegue formar ligações dativas com oxigênios adicionais, graças aos pares de elétrons disponíveis.

Dica extra: como identificar uma ligação dativa?

Você pode encontrar a representação por setinha (→) indicando a direção da doação dos elétrons. Mas fique atento: alguns livros apenas mostram a ligação como um traço normal, então o contexto e a análise da estrutura são fundamentais.

Conclusão

Em resumo, as ligações covalentes são fundamentais para a formação de moléculas e compostos ao nosso redor. Elas se baseiam no compartilhamento de pares de elétrons e podem ser simples, duplas ou triplas — além das coordenadas, que surgem quando um átomo já está estável e oferece elétrons a outro.

Compreender esses conceitos vai te ajudar muito em outros conteúdos, como Geometria Molecular, Polaridade e Hibridização, que virão em aulas futuras. Por isso, revise os exemplos com calma, desenhe as estruturas no papel e tente identificar onde há compartilhamento normal ou dativo. Com o tempo, isso se tornará muito mais fácil e natural!


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