Execução Fiscal: O Meio de Cobrança da Fazenda Pública

Julia Konofal
Julia Konofal
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A execução fiscal é o procedimento judicial que a Fazenda Pública utiliza para cobrar tributos não pagos. Representa a última etapa no processo de cobrança, quando o contribuinte não regulariza sua dívida e a Fazenda inscreve seu nome na dívida ativa.

O Processo de Cobrança Tributária

O procedimento de cobrança tributária segue um rito específico. Inicialmente, ocorre o lançamento tributário, que pode ser de ofício, por declaração ou por homologação. Se o tributo não for pago no prazo estabelecido, o contribuinte recebe notificações e enfrenta tentativas de cobrança administrativa. Caso a inadimplência persista, a Fazenda Pública inscreve a dívida na dívida ativa e dispõe de até cinco anos para ajuizar a execução fiscal.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) ou os órgãos fazendários estaduais e municipais gerenciam a dívida ativa. Essa inscrição representa um passo crucial, pois permite que a Fazenda Pública busque judicialmente o pagamento do débito. Além disso, possibilita o protesto da dívida em cartório e a negativação do nome do contribuinte.

Execução Fiscal e Meios de Cobrança

Após o ajuizamento da execução fiscal, o devedor recebe a citação para pagar a dívida ou oferecer bens em garantia. Se não cumprir essa exigência, a Fazenda Pública pode solicitar a penhora de bens, como dinheiro em conta, salários (com limitações), veículos, imóveis e valores a serem recebidos de heranças. Dessa forma, o leilão dos bens penhorados ocorre para satisfazer a dívida.

A penhora online, realizada via BacenJud, representa um dos mecanismos mais utilizados para garantir a efetividade da execução fiscal. Esse sistema permite que a Fazenda Pública solicite diretamente ao Banco Central a busca e o bloqueio de valores disponíveis nas contas bancárias do devedor. Se houver saldo suficiente, o sistema transfere imediatamente o valor da dívida para quitar o débito.

Além da penhora de bens, outras medidas coercitivas reforçam a cobrança. Entre elas, destacam-se a inclusão do nome do devedor nos cadastros de inadimplentes, a restrição de circulação de veículos e, em casos mais graves, a desconsideração da personalidade jurídica da empresa para atingir o patrimônio dos sócios.

Por outro lado, o contribuinte tem direito ao contraditório e à ampla defesa. Ele pode apresentar impugnação ao lançamento, embargos à execução e outros recursos processuais para questionar a cobrança. Se comprovar o pagamento do débito ou a prescrição da dívida, pode alegar a inexigibilidade da cobrança.

Prescrição da Execução Fiscal

A Fazenda Pública tem um prazo de cinco anos para propor a execução fiscal, contados a partir da inscrição da dívida ativa. Se não ajuizar a ação dentro desse prazo, a prescrição extingue o direito de cobrança. No entanto, diversos fatores podem suspender ou interromper esse prazo, como a citação válida do devedor ou a celebração de parcelamentos.

Além disso, a prescrição intercorrente pode ser declarada quando, após o ajuizamento da execução fiscal, a Fazenda não consegue localizar bens do devedor para a penhora e permanece inerte por mais de cinco anos.

Importância da Assistência Jurídica

Dada a complexidade das normas e dos prazos processuais, a assistência de um advogado se torna essencial. A execução fiscal pode envolver questionamentos sobre a validade do lançamento, prescrição da dívida e erros na inscrição em dívida ativa. Ademais, cobranças indevidas podem ocorrer, como a exigência de um tributo de quem não é o real contribuinte.

Advogados especializados na área tributária auxiliam tanto na defesa dos contribuintes quanto na negociação de parcelamentos e outros meios de quitação da dívida. Vale lembrar que programas de regularização tributária, como o Refis, frequentemente oferecem condições especiais para a renegociação de débitos inscritos na dívida ativa.

Conclusão

A execução fiscal representa uma ferramenta eficaz para a Fazenda Pública recuperar créditos tributários. Entretanto, os contribuintes possuem direitos garantidos pela Constituição e pelo Código de Processo Civil, podendo se defender de cobranças indevidas. Dessa maneira, compreender o funcionamento desse procedimento é fundamental para quem se prepara para a OAB e para quem atua no Direito Tributário. O conhecimento sobre prescrição, meios de defesa e estratégias de negociação pode ser decisivo para garantir um resultado mais favorável em processos de execução fiscal.


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